Dr. Arthur Vicentini

HPV na orofaringe: Como ocorre o contágio e quais as consequências?

Atualizado em: 05/11/2024
Tempo de leitura: 4 minutos
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O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é conhecido da Medicina há algum tempo. Sabe-se que ele tem transmissão através de atividade sexual e está relacionado ao surgimento de tumores na região do colo do útero, em mulheres.

A Imagem Mostra Um Homem Cobrindo A Boca.
Hpv Na Orofaringe: Como Ocorre O Contágio E Quais As Consequências?

Mais recentemente, descobriu-se que o HPV também pode estar relacionado ao surgimento de tumores malignos na orofaringe, já que este vírus tem uma predileção por se infiltrar em tecidos linfóides, que são encontrados em grande quantidade nesta região.

A infecção pelo HPV é um problema que tem se tornado cada vez mais comum. Também podemos identificar o vírus em outras localizações, como boca e laringe, mas é na faringe que sua presença faz aumentar o risco de surgimento de tumores.

Sendo assim, é importante entender como acontece o contágio para prevenir essa doença e saber quando buscar tratamento.

Pensando nisso, preparamos este artigo para que você fique por dentro do assunto. Continue lendo e confira:

O que é HPV?

O HPV é um vírus sexualmente transmissível. A sigla significa papilomavírus humano, e até o presente momento já foram identificados mais de 100 subtipos de HPV. Ele costuma afetar a pele, mucosas e tecidos linfóides do corpo humano.

Os mais relevantes do ponto de vista oncológico que podem se instalar na orofaringe são o HPV 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82.

Quais são os sintomas do HPV na orofaringe?

A infecção por HPV na orofaringe ou em qualquer outra estrutura da cavidade bucal se dá geralmente por meio de relações sexuais desprotegidas. Afinal, o HPV pode atingir também os órgãos reprodutores, e na prática de sexo oral desprotegido, ele se instala no trato aerodigestivo alto.

O principal sintoma do HPV nos órgãos reprodutores de homens e mulheres é a formação de verrugas genitais. Lembrando que esse vírus também está relacionado ao surgimento de quase 100% dos casos de câncer de colo de útero.

Entretanto, nem sempre pessoas infectadas apresentam algum sinal deste problema. Por isso, o HPV na orofaringe e outras estruturas orais (língua, soalho, gengiva, bochechas) pode não desencadear manifestações visíveis para o indivíduo.

Como esse problema é diagnosticado?

O exame clínico cuidadoso do paciente, realizado por um Cirurgião de Cabeça e Pescoço, pode ser suficiente para se reforçar a suspeita da presença de HPV na cavidade oral e orofaringe. Em outros casos, pode-se lançar mão de nasofibrolaringoscopia ou laringoscopias diretas a fim de visualizar melhor a região.

No entanto, existem exames que ajudam a confirmar as suspeitas e obter um diagnóstico mais preciso. Pode ser feita a coleta de uma pequena porção de tecido (biópsia) para ser encaminhada à Patologia, assim, a análise dessa amostra permite identificar o que está provocando a lesão.

É possível ainda realizar exames complementares como imuno-histoquímica, captura hídrica, PCR, hibridização do DNA ou citologia.

Como tratar o HPV na orofaringe?

Como você viu, o HPV é um tipo de vírus, e os patógenos que se enquadram nessa classificação têm em comum a suscetibilidade ao sistema imunológico do ser humano. Logo, o próprio organismo costuma manter o controle sobre a infecção, fazendo com que se reduzam os efeitos da mesma.

Algumas pessoas podem ter o HPV e nem mesmo saber disso, em função de ele não manifestar sintomas e o seu corpo combater o vírus.

Em caso de surgimento de papilomas ou outros tipos de lesão, a remoção das lesões pode ser realizada por meio de intervenções cirúrgicas, com uso de dispositivos a laser ou elétricos. Existe, ainda, as opções da crioterapia e de injeções antivirais. As técnicas são adotadas de acordo com aquilo que o Cirurgião de Cabeça e Pescoço julgar adequado, conforme as necessidades e condições clínicas do paciente.

É válido ressaltar que a infecção pelo HPV pode ser prevenida por meio da aplicação de vacinas, indicadas para pessoas que ainda não tenham iniciado a fase sexual de suas vidas. Em certos casos, o uso das vacinas é indicado, mesmo quando já há sinais de infecção, mas esta conduta deve ser avaliada por um Infectologista.

Essa é uma forma eficaz de se evitar contrair o vírus, mas isso também pode ser feito por meio da proteção durante as relações sexuais e evitando parceiros múltiplos.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

A presença de HPV na faringe, como você viu, também se relaciona com casos de câncer, portanto, é importante ter atenção com qualquer lesão suspeita na cavidade oral. Sempre que houver dúvida ou risco aumentado desse problema, procure seu Cirurgião de Cabeça e Pescoço para avaliação.

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A imagem mostra um homem cobrindo a boca.

Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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