Sumário
O acompanhamento após o tratamento cirúrgico do câncer na tireoide é fundamental em função do risco de recidiva da doença.
Uma das melhores notícias que o paciente oncológico pode receber é a de que o tratamento foi bem sucedido. Porém, é importante estar ciente de que o acompanhamento médico não termina após a cirurgia, e isso também acontece nos casos de câncer na tireoide.
Depois do início do tratamento, realizado através da ressecção cirúrgica, é preciso iniciar um seguimento, com consultas médicas para monitorar o quadro clínico e a resposta do organismo. Isso porque o câncer na tireoide, assim como os demais tumores do corpo humano, apresenta risco de recidiva e/ou metástases.
Pensando nisso, preparamos este artigo para que você entenda como funciona esse acompanhamento após a finalização do tratamento do câncer na tireoide. Continue lendo e veja:
Sobre o câncer na tireoide
Cerca de 90% dos casos de nódulos da tireoide são benignos. No caso de surgimento de tumores malignos, a indicação atual de tratamento se dá a partir da retirada cirúrgica do mesmo, em conjunto com a glândula tireoide que o cerca. A depender do caso, podemos realizar tireoidectomias totais ou parciais, com fatores positivos e negativos em cada uma das situações.
Existem diferentes tipos de câncer de tireoide. Os tumores bem diferenciados são os mais comuns, e compreendem principalmente os carcinomas papilíferos e foliculares. Podemos citar, ainda, os carcinomas medulares, insulares e anaplásicos como tumores menos comuns, mas de maior agressividade. Qualquer um destes subtipos, além de afetar a glândula, pode acometer também os gânglios linfáticos (linfonodos) próximos a ela.
Porém, não é só isso. O câncer de tireoide tem potencial para desenvolver metástases à distância, ou seja, se espalhar pelo organismo.
Por isso, é fundamental identificar quando o nódulo na tireoide é maligno para dar início imediato ao tratamento. A maioria dos nódulos tireoideanos é assintomático, mas alguns podem cursar com sintomas. Os principais deles são:
- caroço com crescimento rápido;
- rouquidão e alterações na voz;
- tosse constante;
- dificuldade para engolir;
- problemas respiratórios;
- inchaço no pescoço.
Outros exames laboratoriais que podemos solicitar, a depender de cada caso, para a avaliação dos casos com nódulos (benignos ou malignos) da tireoide são:
- hormônio tireoestimulante (TSH);
- tireoglobulina;
- calcitonina;
- hormônios T3 e T4 (e suas variantes);
- antígeno carcinoembrionário (CEA).
Também é importante que o Cirurgião de Cabeça e Pescoço solicite exames de estadiamento, que é a forma como avaliamos a extensão local, regional e à distância do tumor. Para isso, costumamos utilizar exames de imagem como ultrassonografias, tomografias computadorizadas e até ressonância magnética. Exames como PET-CT e cintilografia pré-operatória não apresentam grande utilidade, na maioria dos casos de câncer de tireoide.
Tratamento do câncer na tireoide
O tratamento do câncer de tireoide é adotado conforme as características da doença, o tipo de tumor, sua gravidade, entre outros aspectos que tornam cada caso único. De toda forma, o tratamento dos tumores de tireoide costuma se iniciar com a ressecção cirúrgica de parte ou de toda a tireoide (tireoidectomia parcial ou total), além da remoção dos linfonodos do compartimento central e/ou lateral, quando indicado.
Em alguns casos, são necessárias medidas complementares do tratamento, sendo a principal delas a radioiodoterapia (ou apenas iodoterapia). Tratamentos como quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e outras são menos comuns.
A terapia com iodo radioativo é aplicada após a cirurgia, para pacientes com tumores bem diferenciados da tireoide e que apresentam risco moderado ou grave de recidiva. Neste tipo de procedimento, as células doentes vão absorver o iodo e serão eliminadas, assim, são extintos quaisquer tecidos remanescentes dos tumores, evitando que aconteça um quadro de metástase ou recidiva.
Os quadros mais agressivos de câncer na tireoide são tratados com a radioterapia e a quimioterapia, que podem ou não ser associadas. Geralmente é indicado para casos de tumores mais agressivos, como o carcinoma anaplásico e o carcinoma medular.
Acompanhamento após o câncer na tireoide
Você viu que, apesar de ser incomum, os tumores de tireoide podem se espalhar para outras regiões do organismo, atingindo inclusive os pulmões e ossos. De toda forma, o câncer de tireoide tem cura, mas é fundamental cumprir o tratamento à risca.
Depois que o tumor regrediu, o paciente precisa continuar fazendo o acompanhamento com o Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Afinal, o câncer de tireoide pode apresentar uma recidiva.
Sendo assim, na frequência indicada pelo especialista, o paciente, após o tratamento oncológico, precisa retornar às consultas com o objetivo de continuar fazendo exames, como de tireoglobulina ou anti-tireoglobulina e TSH.
Nos casos de tumores bem diferenciados de tireoide com comportamento moderado ou agressivo, devemos manter o TSH reduzido, utilizando doses um pouco maiores de reposição hormonal (Levotiroxina). Com isso, o TSH, produzido pela hipófise, fica em doses baixas e não estimula qualquer célula que possa voltar a se multiplicar, ocasionando o retorno do tumor.
O exame de tireoglobulina, realizado após o tratamento do câncer, ajuda a identificar uma possível alta dessa proteína no organismo. Isso ajuda a identificar que a doença ainda não foi totalmente curada, ou que existem fatores de risco para sua recidiva.
Exames de imagem, como ultrassonografias periódicas, também ajudam a acompanhar a evolução após o tratamento.
Após o tratamento dos tumores de tireoide, a adequada reposição hormonal (com ou sem supressão de TSH) é imprescindível para o equilíbrio do funcionamento de nosso corpo.
O ideal para aumentar as chances de cura do câncer de tireoide e evitar suas complicações é identificar precocemente a doença. Portanto, esteja sempre atento a qualquer alteração na região onde a glândula se localiza e, em caso de dúvida, consulte um Cirurgião de Cabeça e Pescoço.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
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