Dr. Arthur Vicentini

PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina): Saiba mais

Atualizado em: 16/11/2021
Tempo de leitura: 4 minutos
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Ao fundo da imagem, há uma mão com uma agulha na glândula da tireoide.

Nódulos de tireoide podem ser benignos ou malignos. Existem diferenças clínicas entre eles, mas essas características não podem ser utilizadas isoladamente para determinar se existe ou não o risco de malignidade.

Para se ter certeza ou aumentar a chance de diagnóstico certeiro é preciso fazer uma análise microscópica das células que compõem esse nódulo. Para isso, podemos recorrer a técnicas como a PAAF, para fazer a coleta de amostras.

Neste artigo explicaremos com um pouco mais de detalhes como funciona esse tipo de punção e quais são as vantagens de realizá-la. Continue lendo para entender melhor esse assunto!

O que é PAAF?

A depender das características de um nódulo (veja como classificar os nódulos tireoidianos clicando aqui) pode se fazer necessária a investigação complementar para confirmar uma suspeita ou excluir o risco de malignidade.

Nesses casos, uma biópsia da tireoide pode ajudar bastante. Porém, por questões técnicas, a retirada parcial ou total de um nódulo são arriscadas e pode trazer complicações. Por esse motivo, lançamos mão de uma biópsia menos invasiva e com boa chance de assertividade, chamada de PAAF.

Essa sigla significa Punção Aspirativa por Agulha Fina, ou seja, utilizamos uma agulha de pequeno calibre conectada a uma seringa com dispositivo de aspiração para retirar células isoladas dos nódulos.

Além de nódulos de tireoide, a PAAF pode ser realizada em outras regiões do corpo, para diagnóstico de tumores de mama, investigação de linfonodos aumentados e até de outros órgãos como fígado, rins e etc.

Como a PAAF é realizada?

A PAAF, conforme explicado, pode ser indicada para pacientes com nódulos em diferentes partes do corpo. A vantagem dessa técnica é o fato de ela ser pouco invasiva, com baixíssimas taxas de complicação e, por isso, pode ser realizada em caráter ambulatorial.

O preparo do paciente, em geral, inclui jejum de algumas poucas horas (3 horas, em geral, mas isso pode variar entre os laboratórios). Também pode ser importante a suspensão das medicações que interferem na coagulação sanguínea, como o Ácido Acetilsalicílico (AAS), Clopidogrel, Xarelto e Marevan. De toda forma, o médico responsável e/ou o laboratório onde será feito o procedimento dará maiores instruções para cada indivíduo, segundo as particularidades de cada caso.

Para realização do procedimento, além da agulha fina e da seringa é utilizado um aparelho de ultrassom. Por meio dele, é possível visualizar as estruturas internas da área que se deseja investigar, a fim de localizar corretamente o nódulo e evitar lesões de estruturas nobres.

A depender do médico que realiza o procedimento, pode ser administrada anestesia local e até alguma sedação, mas alguns colegas optam por não utilizar nenhum tipo de anestesia, já que a agulha da punção é bastante fina e o incômodo para o procedimento costuma ser bem tolerado pelos pacientes.

As imagens obtidas permitem ao profissional posicionar a agulha para fazer a coleta das amostras. Ela é movimentada rapidamente para dentro e em seguida para fora do nódulo, até que uma pequena quantidade de células seja coletada.

Não existe um número exato de punções a serem realizadas na PAAF. Isso é definido pelo próprio profissional, de acordo com aquilo que ele julgar mais adequado. De toda forma, é coletada uma quantidade suficiente para fazer todas as análises pretendidas.

Depois de coletada, a amostra de células é colocada em uma ou mais lâminas de vidro, passa por um processo de coloração e, então, é observado por um médico Patologista ao microscópio, proporcionando o diagnóstico.

A PAAF provoca dores ou desconfortos?

Como dissemos, a punção aspirativa é realizada com uma agulha bastante fina e, em geral, se utiliza de anestésicos locais para a realização do procedimento. Em situações em que o paciente é pouco colaborativo e/ou muitos nódulos serão puncionados, pode ser indicado o uso de sedativos, mas essa avaliação fica a critério do médico que for realizar o procedimento.

De toda forma, o procedimento é muito rápido, durando poucos minutos, e no mesmo dia o paciente pode voltar para sua casa assim que é finalizada a coleta. Geralmente, após a punção, o paciente pode sentir um pouco de dor no local ou desconforto e se manifestar com pequenos hematomas, sem maiores intercorrências.

Quando realizada por mãos experientes, a PAAF não envolve complicações maiores. Além disso, o risco é considerado relativo à quantidade de punções realizadas. Ou seja, quanto menor o seu número, mais rápido é o procedimento e menores as chances de desconfortos posteriores.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

No mais, a PAAF é considerada como um procedimento seguro e muito eficaz para auxiliar no diagnóstico correto de diferentes tipos de nódulos. Em caso de dúvidas, converse com o seu Cirurgião de Cabeça e Pescoço para receber maiores esclarecimentos, a fim de entender exatamente o que acontecerá para se sentir mais seguro e entender o processo de investigação dos nódulos.

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Ao fundo da imagem, há uma mão com uma agulha na glândula da tireoide.

Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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Médico examinando o pescoço de uma paciente em consultório, com ícone do YouTube sobreposto ao centro da imagem.

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