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Nódulos de tireoide podem ser benignos ou malignos. Existem diferenças clínicas entre eles, mas essas características não podem ser utilizadas isoladamente para determinar se existe ou não o risco de malignidade.
Para se ter certeza ou aumentar a chance de diagnóstico certeiro é preciso fazer uma análise microscópica das células que compõem esse nódulo. Para isso, podemos recorrer a técnicas como a PAAF, para fazer a coleta de amostras.
Neste artigo explicaremos com um pouco mais de detalhes como funciona esse tipo de punção e quais são as vantagens de realizá-la. Continue lendo para entender melhor esse assunto!
O que é PAAF?
A depender das características de um nódulo (veja como classificar os nódulos tireoidianos clicando aqui) pode se fazer necessária a investigação complementar para confirmar uma suspeita ou excluir o risco de malignidade.
Nesses casos, uma biópsia da tireoide pode ajudar bastante. Porém, por questões técnicas, a retirada parcial ou total de um nódulo são arriscadas e pode trazer complicações. Por esse motivo, lançamos mão de uma biópsia menos invasiva e com boa chance de assertividade, chamada de PAAF.
Essa sigla significa Punção Aspirativa por Agulha Fina, ou seja, utilizamos uma agulha de pequeno calibre conectada a uma seringa com dispositivo de aspiração para retirar células isoladas dos nódulos.
Além de nódulos de tireoide, a PAAF pode ser realizada em outras regiões do corpo, para diagnóstico de tumores de mama, investigação de linfonodos aumentados e até de outros órgãos como fígado, rins e etc.
Como a PAAF é realizada?
A PAAF, conforme explicado, pode ser indicada para pacientes com nódulos em diferentes partes do corpo. A vantagem dessa técnica é o fato de ela ser pouco invasiva, com baixíssimas taxas de complicação e, por isso, pode ser realizada em caráter ambulatorial.
O preparo do paciente, em geral, inclui jejum de algumas poucas horas (3 horas, em geral, mas isso pode variar entre os laboratórios). Também pode ser importante a suspensão das medicações que interferem na coagulação sanguínea, como o Ácido Acetilsalicílico (AAS), Clopidogrel, Xarelto e Marevan. De toda forma, o médico responsável e/ou o laboratório onde será feito o procedimento dará maiores instruções para cada indivíduo, segundo as particularidades de cada caso.
Para realização do procedimento, além da agulha fina e da seringa é utilizado um aparelho de ultrassom. Por meio dele, é possível visualizar as estruturas internas da área que se deseja investigar, a fim de localizar corretamente o nódulo e evitar lesões de estruturas nobres.
A depender do médico que realiza o procedimento, pode ser administrada anestesia local e até alguma sedação, mas alguns colegas optam por não utilizar nenhum tipo de anestesia, já que a agulha da punção é bastante fina e o incômodo para o procedimento costuma ser bem tolerado pelos pacientes.
As imagens obtidas permitem ao profissional posicionar a agulha para fazer a coleta das amostras. Ela é movimentada rapidamente para dentro e em seguida para fora do nódulo, até que uma pequena quantidade de células seja coletada.
Não existe um número exato de punções a serem realizadas na PAAF. Isso é definido pelo próprio profissional, de acordo com aquilo que ele julgar mais adequado. De toda forma, é coletada uma quantidade suficiente para fazer todas as análises pretendidas.
Depois de coletada, a amostra de células é colocada em uma ou mais lâminas de vidro, passa por um processo de coloração e, então, é observado por um médico Patologista ao microscópio, proporcionando o diagnóstico.
A PAAF provoca dores ou desconfortos?
Como dissemos, a punção aspirativa é realizada com uma agulha bastante fina e, em geral, se utiliza de anestésicos locais para a realização do procedimento. Em situações em que o paciente é pouco colaborativo e/ou muitos nódulos serão puncionados, pode ser indicado o uso de sedativos, mas essa avaliação fica a critério do médico que for realizar o procedimento.
De toda forma, o procedimento é muito rápido, durando poucos minutos, e no mesmo dia o paciente pode voltar para sua casa assim que é finalizada a coleta. Geralmente, após a punção, o paciente pode sentir um pouco de dor no local ou desconforto e se manifestar com pequenos hematomas, sem maiores intercorrências.
Quando realizada por mãos experientes, a PAAF não envolve complicações maiores. Além disso, o risco é considerado relativo à quantidade de punções realizadas. Ou seja, quanto menor o seu número, mais rápido é o procedimento e menores as chances de desconfortos posteriores.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
No mais, a PAAF é considerada como um procedimento seguro e muito eficaz para auxiliar no diagnóstico correto de diferentes tipos de nódulos. Em caso de dúvidas, converse com o seu Cirurgião de Cabeça e Pescoço para receber maiores esclarecimentos, a fim de entender exatamente o que acontecerá para se sentir mais seguro e entender o processo de investigação dos nódulos.