Dr. Arthur Vicentini

O que é Tireoidectomia Transoral - TOETVA?

Atualizado em: 16/11/2021
Tempo de leitura: 4 minutos
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A tireoidectomia transoral - TOETVA é uma técnica ainda nova no Brasil indicado para fazer a remoção de nódulos e tumores tireoideanos. Porém, sem a necessidade de criar acessos pelo pescoço, evitando as cicatrizes do tratamento.

A Imagem Mostra Cirurgiões Realizando Uma Cirurgia.
O Que É Tireoidectomia Transoral - Toetva?

O tratamento dos nódulos tireoidianos é feito principalmente por meio de procedimentos cirúrgicos. Este procedimento (tireoidectomia) é bastante conhecido pelos especialistas em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, sendo realizado em larga escala no Brasil e no Mundo. No entanto, uma nova técnica foi desenvolvida mais recentemente e passou a ser utilizada com sucesso em alguns dos grandes centros de tratamento ao redor do mundo, tendo sido trazida, também, para o Brasil nos últimos anos: trata-se da tireoidectomia transoral - TOETVA (Transoral Endoscopic Thyroidectomy Vestibular Approach).

Apesar de ainda ser uma novidade por aqui, temos visto o número de cirurgias por esta técnica aumentar, e com relatos de resultados positivos. Além disso, está alcançando a satisfação dos pacientes em decorrência da questão estética, já que não há cicatrizes no pescoço.

Preparamos este post para que você conheça essa nova técnica e saiba como ela se diferencia da tireoidectomia convencional. Acompanhe!

Conheça a nova técnica de cirurgia de tireoide

A tireoidectomia é o procedimento cirúrgico através do qual se faz a retirada da glândula tireoide e pode ser total ou parcial, a depender do caso. É uma técnica adotada para fazer o tratamento de nódulos benignos e também tumores malignos que se desenvolvem na tireoide.

A técnica convencional foi descrita por Emil Theodor Kocher, fato que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1909, o primeiro da história a ser entregue a um Cirurgião.

Assim como em outros tratamentos cirúrgicos, a tireoidectomia convencional tem como característica gerar cicatrizes no paciente em função dos acessos criados pelo cirurgião. Mas essa realidade vem mudando com a adoção das tireoidectomia transoral - TOETVA.

Essa técnica vem sendo empregada em países do exterior e aos poucos está ganhando adeptos no Brasil. Ela utiliza métodos endoscópicos para acessar a glândula tireoide por meio da cavidade oral, ao invés de se fazer incisões no pescoço.

Assim como nas demais cirurgias, a tireoidectomia transoral - TOETVA pode ser indicada para a ressecção de nódulos benignos e malignos. Entretanto, no momento apenas para aqueles com dimensões menores (até 2cm), apesar de já estarem sendo realizados estudos para ampliar a aplicação dessa técnica para lesões maiores.

As diferenças da tireoidectomia transoral para a técnica convencional

Na técnica convencional de tireoidectomia, o cirurgião faz uma incisão na região anterior do pescoço do paciente. Por ali, após afastar a musculatura da região, ele tem acesso à glândula tireoide, a fim de fazer a retirada dela, seja parcial ou totalmente.

Ao término do procedimento, fazemos as suturas para fechamento da incisão, cuidando para que a anatomia da pele seja restaurada. Vale reforçar que as cicatrizes de cirurgias de tireoide costumam ficar bastante discretas após algumas semanas, principalmente com os cuidados pós-operatórios orientados e seguidos pelo paciente.

A diferença da tireoidectomia transoral é o fato de que não é necessário fazer esse corte na face anterior do pescoço, evitando-se que haja cicatrizes nesta região tão visível de nosso corpo. O acesso à glândula tireoide se faz por meio de uma incisão realizada entre o lábio inferior e a gengiva do paciente, ou seja, é feito por meio da cavidade oral.

São utilizadas microcâmeras e instrumentos endoscópicos específicos para fazer as intervenções na glândula tireoide, com resultados terapêuticos eficientes e satisfatórios.

Vantagens e desvantagens da tireoidectomia transoral - TOETVA

Os nódulos tireoidianos costumam se desenvolver principalmente em pessoas do sexo feminino. Assim, mulheres entre 20 e 60 anos têm maior suscetibilidade para esses quadros.

As técnicas convencionais de tireoidectomia, por serem feitas com acesso pelo pescoço, muitas vezes trazem o desconforto do impacto estético. Ainda que o profissional realize o procedimento com bastante zelo, as cicatrizes podem ser causa de incômodo ou insatisfação para esses pacientes.

Uma vez que a tireoidectomia transoral - TOETVA é realizada por um acesso diferenciado, evitamos esse desconforto para as pacientes. Elas podem tratar sua saúde sem que isso venha prejudicar sua imagem e autoestima.

Apesar do uso de microcâmeras e ferramentas endoscópicas, algumas desvantagens que podemos citar da TOETVA são o tempo um pouco maior de duração da cirurgia da tireoide por via transoral, a maior necessidade de descolamento de tecidos (distância entre a incisão e o órgão a ser abordado) com chance de perfuração da pele do trajeto, o risco aumentado de infecções (utiliza-se antibióticos para que isto não aconteça) e relato de dor um pouco mais intensa no pós-operatório mais precoce.

Como outros pontos positivos a serem citados, é possível trabalhar nos dois lobos da glândula pelo mesmo acesso, sem a necessidade de fazer mais de uma incisão, o que não ocorre nos acessos robóticos para abordagem da tireoide, além do custo mais baixo, no caso da TOETVA.

Conhecer essas novas técnicas cirúrgicas é importante para que você possa conversar com seu Cirurgião de Cabeça e Pescoço e definir com ele qual a melhor alternativa em seu caso, agregando ferramentas ao arsenal de tratamento das doenças tireoideanas, e o adequando às suas necessidades e expectativas.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

Assim, poderá fazer o seu tratamento de saúde com mais conforto e tranquilidade, alcançando os melhores resultados terapêuticos e garantindo a preservação da sua aparência.

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A imagem mostra cirurgiões realizando uma cirurgia.

Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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