Sumário
A Doença de Graves é a principal causa do hipertireoidismo e precisa ser tratada. A terapia é adequada para cada paciente, podendo envolver o uso de medicamentos, doses de iodo radioativo ou a tireoidectomia, cirurgia para retirada da tireoide.
Você sabia que a principal forma de hipertireoidismo é a Doença de Graves? Essa condição leva ao mau funcionamento da glândula tireoide, fazendo com que ela produza mais hormônios do que o organismo precisa. Com isso, desencadeia diversos sintomas que abalam a saúde e prejudicam a qualidade de vida.
Apesar de todos os impactos negativos que provoca, a Doença de Graves pode ser tratada. É possível reequilibrar a saúde e manter uma vida normal. Para que você saiba como, preparamos este artigo a fim de falar um pouco mais sobre esse problema e também as suas formas de tratamento. Acompanhe!
O que é a Doença de Graves?
A tireoide é responsável pela produção de hormônios importantes no controle do metabolismo (T3, T4, T4 Livre, etc.). Para cumprir essa função, a glândula recebe estímulos da hipófise, conhecida como Glândula Mestra, através do hormônio estimulante da tireoide conhecido como TSH.
No caso da Doença de Graves, o problema está no sistema imunológico, que produz anticorpos (conhecidos pela sigla TRAb) que simulam a ação do TSH nas células tireoideanas. Com isso, o balanço entre TSH e T4L (entre outros), torna-se irregular.
Com o aumento do TRAb, a tireoide começa a receber informações de que precisa produzir mais hormônios e isso leva ao excesso no organismo. Além disso, a tireoide aumenta o seu tamanho e acaba por suprimir a função da hipófise, com redução importante do TSH.
Como a Doença de Graves é tratada?
Para tratar a Doença de Graves, podem ser adotadas diferentes terapias. A definição de qual delas será melhor para cada paciente depende da avaliação do Endocrinologista e do Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Eles vão identificar a necessidade de cada pessoa e definir qual técnica traria melhores resultados.
Uma das opções para tratar a Doença de Graves é o uso de anti-tireoideanos e betabloqueadores. Nesse caso, ocorre um alívio dos sintomas, reduzindo a ansiedade, a sudorese e a frequência cardíaca. Nem todos os pacientes podem utilizar tais medicações e outros não se beneficiam do uso das mesmas, sendo necessário ponderar pelo uso de outras alternativas.
Outra opção é o uso de iodo radioativo. Doses específicas dessa substância são indicadas para destruir uma parte da glândula tireóide, assim, há também uma redução da produção de hormônios.
No entanto, existem casos em que é preciso fazer esse tratamento mais de uma vez ou outras alterações (como a presença de nódulos), que fazem com que a iodoterapia não seja mais indicada. Ainda, há o risco de o paciente desenvolver hipotireoidismo, quando há uma baixa produção de hormônios na tireoide. Então, precisa fazer a reposição deles por medicação.
Tireoidectomia para Doença de Graves
Um tratamento muito eficaz para a Doença de Graves é a tireoidectomia. Essa cirurgia é realizada com o objetivo de fazer a retirada da glândula tireoide. Como ela está sendo atacada pelo sistema imunológico, evitamos essa reação e os sintomas e complicações causados pelo quadro.
No entanto, como o indivíduo estará sem a glândula, não haverá produção dos hormônios tireoidianos. Assim, é preciso fazer a reposição deles durante toda a vida, mas isso não costuma trazer impactos negativos para a saúde. Na verdade, dessa forma será respeitada a quantidade ideal para o organismo de cada pessoa, mantendo o equilíbrio da sua saúde.
Vale lembrar que, como em qualquer procedimento médico, na tireoidectomia há riscos, apesar de serem bem controlados e conhecidos.
Por que é importante tratar a Doença de Graves?
Como explicamos, na Doença de Graves existe um super estímulo da glândula tireoide, que passa a produzir hormônios em excesso. Tratar essa condição é essencial porque ela leva ao quadro de hipertireoidismo.
Esse problema, caracterizado pelo excesso de hormônio na corrente sanguínea, leva a uma série de sintomas e complicações, como:
- insônia;
- fadiga;
- dificuldade de concentração;
- nervosismo;
- fraqueza;
- perda de peso;
- agitação;
- perda de resistência física;
- diarreia;
- impotência;
- tremores;
- palpitações ou arritmia;
- irregularidade menstrual;
- risco cardiovascular.
Além de tudo isso, a Doença de Graves tem um forte impacto sobre o globo ocular, trazendo diversos sintomas oftalmológicos, como:
- lacrimejamento;
- irritação dos olhos;
- visão dupla;
- olhar fixo;
- protusão ocular (conhecida como exoftalmia).
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
Por tudo isso, a Doença de Graves requer tratamento especializado, uma vez que ela tem progressão lenta e seus sintomas se intensificam com o passar do tempo. A consulta com o Cirurgião de Cabeça e Pescoço ajuda a fazer a identificação precoce do problema e programar o tratamento mais indicado para cada paciente.