Dr. Arthur Vicentini

Punção da tireoide: entenda os possíveis resultados.

Atualizado em: 06/09/2023
Tempo de leitura: 3 minutos
A abordagem das punções na tireoide desempenha um papel crucial na avaliação de nódulos suspeitos de malignidade. Entre os métodos empregados, destaca-se a punção aspirativa por agulha fina, que é amplamente utilizado para investigar nódulos que levantam suspeitas de malignidade com base em exames de ultrassom.
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No post de hoje, discutiremos sobre a punção da tireoide, como o diagnóstico é realizado, as classificações de benignidade e malignidade dos tumores e seus métodos de tratamento. Confira!

Como é realizada esta Punção? 

Quando se aborda punções de tireoide, o foco principal recai na punção aspirativa por agulha fina, um método amplamente empregado para investigar nódulos que suscitam suspeitas de malignidade ao ultrassom. A realização da punção é orientada pelo ultrassom, anteriormente, era feita sem essa assistência, dado que o ultrassom não estava tão prontamente disponível como hoje em dia.

Atualmente, conduzimos essas punções de modo guiado pelo ultrassom, visando a uma puncionagem precisa do local. Coletamos então células internas para exame microscópico, permitindo a avaliação do patologista, especialista nesta análise.

Avaliação da classificação de Bethesda

A classificação empregada atualmente, estabelecida desde 2009 com a criação da classificação de Bethesda, considera o tipo celular observado, bem como a morfologia de suas células, núcleos e estruturas internas, incluindo as organelas. Essa avaliação inclui também como as células se interconectam e sua disposição arquitetônica.

A Classificação de Bethesda é subdividida de 1 a 6:

O tipo 1 é inconclusivo, indicando que o material coletado é inadequado devido à presença excessiva de sangue ou líquido, ou à insuficiente quantidade de células. Essa inadequação demanda ponderar sobre repetir a punção e tomar outras medidas conforme outros exames.

Em casos de conclusão diagnóstica, a classificação varia do Bethesda 2 ao Bethesda 6. O Bethesda 2 é considerado benigno, com probabilidade de malignidade inferior a 3%. Nesse contexto, se o nódulo não exibir outras características alarmantes, pode ser mantido sob observação.

Os Bethesda 5 e 6 tipicamente apresentam uma probabilidade mais alta de malignidade, situando-se em torno de 60/75% para o Bethesda 5 é de aproximadamente 97/99% para o Bethesda 6, indicando um risco substancial de malignidade. Nesse contexto, esses nódulos são categorizados com uma chance aumentada e uma taxa elevada de malignidade.

Consequentemente, a abordagem usual é optar pelo tratamento cirúrgico, que ainda é tradicionalmente empregado. No entanto, estão em progresso novas metodologias e abordagens para lidar com esses nódulos.

Quando se discute Bethesda 3 e Bethesda 4, são observadas probabilidades intermediárias de malignidade, nestes casos, encontram-se nódulos suspeitos ou lesões foliculares que apresentam algum grau de suspeita, como a presença de atipias.

Meios de Tratamento

Tais cenários frequentemente geram incertezas, levando a ponderar se é viável optar por um tratamento cirúrgico definitivo. No contexto atual, alguns pacientes consideram o risco, o medo e a ansiedade relacionados à incerteza de se têm ou não um tumor, optando por um tratamento cirúrgico direto. Por outro lado, outros pacientes enfrentam uma indecisão maior, especialmente quando há circunstâncias de saúde mais delicadas, como questões pulmonares ou cardíacas. Nesses casos, é necessário ponderar e talvez recorrer a testes diagnósticos. 

Como funcionam os Testes Diagnósticos?

Esses testes proporcionam informações adicionais e auxiliam na tomada de decisão, permitindo uma análise mais precisa que extrapola a faixa usual de incerteza entre 15/30%, direcionando o diagnóstico para uma probabilidade mais próxima de 0 ou 100%, entre esses testes, destacam-se os exames genéticos.

Há uma variedade de testes genéticos em escala global, conduzidos em diferentes locais e utilizando abordagens distintas que possuem características próprias e  têm a capacidade de auxiliar na tomada de decisões acerca de iniciar ou não um tratamento cirúrgico para um nódulo na tireoide.

No Brasil, encontramos algumas limitações, já que esses exames tendem a ser mais dispendiosos e não estão disponíveis em todos os laboratórios, sendo apenas um pequeno número deles habilitados para sua realização.

Dessa forma, caso conheçam alguém portador de um nódulo na tireoide, com suspeitas ou preocupações, é recomendável que orientem essa pessoa a buscar uma conversa específica com um profissional médico.

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Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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