Sumário
Os linfonodos fazem parte do sistema linfático, responsável pela drenagem da linfa, líquido que permeia os tecidos do nosso organismo e auxilia em processos como a eliminação de excretas e toxinas do organismo. O sistema linfático também está fortemente relacionado ao sistema imunológico, através do qual nosso organismo se protege de agressões externas (infecções, por exemplo) e alterações internas.
As causas de aumento dos linfonodos são muitas. Nesse artigo falaremos a respeito dessas causas e de possíveis doenças relacionadas aos linfonodos, inclusive o desenvolvimento de neoplasias malignas.
Sobre os linfonodos
O corpo humano tem milhares de linfonodos (popularmente conhecidos como “gânglios linfáticos”). Eles funcionam como um tipo de filtro que separa substâncias nocivas do líquido linfático, inclusive, conseguem reter micro-organismos que possam estar atacando o organismo. Em seu interior contêm células defensoras que ajudam a combater essas infecções atacando e destruindo os invasores.
Na região do pescoço está a maior concentração de linfonodos do nosso organismo, tendo em vista sua posição estratégica no corpo. Como todos os demais presentes no corpo humano eles podem apresentar problemas, indicado por um aumento do seu volume.
O que causa o aumento de volume dos linfonodos?
É sempre importante ressaltar que o aumento do tamanho de linfonodos nem sempre está relacionado a tumores malignos. Pelo contrário, a maioria dos casos de linfonodomegalias, tanto cervicais quanto em outras regiões do organismo, está associada a processos inflamatórios e infecciosos, que geralmente são autolimitados e devem ser tratados com cautela.
No entanto, em uma proporção menor de casos, o aumento do tamanho de linfonodos pode se relacionar com tumores malignos, sejam eles primários do sistema linfático (conhecidos como linfomas) ou de outras origens, alojando-se nos linfonodos de forma secundária (as conhecidas metástases linfonodais).
Ainda, é possível que haja infecções dos próprios linfonodos, como no caso de tuberculose ganglionar, doenças virais como o HIV agudo e outras infecções (virais, bacterianas, fúngicas e etc).
Por fim, devemos citar as doenças reumatológicas, que podem levar ao aumento de linfonodos por mecanismo auto-imune, quando o sistema imunológico ataca parte do próprio organismo.
Quando suspeitar que o aumento de linfonodos pode estar relacionado ao câncer?
Apenas analisando o aumento de volume do linfonodo não é possível afirmar que um paciente está ou não com câncer. Como dito, sintomas associados, como aqueles que caracterizam um resfriado, dor de ouvido e febre, podem indicar uma infecção, mas em alguns casos é preciso fazer uma investigação mais profunda.
Presença de sintomas como febre, sudorese noturna, perda de peso, tempo prolongado de evolução (aumento dos linfonodos por período maior que 2 semanas, sem infecções respiratórias evidentes, por exemplo) devem chamar a atenção do paciente e fazer com que ele procure um Cirurgião de Cabeça e Pescoço para avaliação mais detalhada.
Pacientes com idade mais avançada, acima da 6a década de vida, com fatores de risco como tabagismo, etilismo e risco de infecção por vírus sexualmente transmissíveis (caso do HPV, por exemplo) também devem ser levados em consideração.
Além disso, presença de lesões na boca, sangramentos, dor para engolir e/ou mastigar, alterações respiratórias e da voz, bem como lesões de pele suspeitas, quando associados com surgimento de linfonodomegalias, também devem ser investigados com maior atenção.
Nesses casos, a avaliação do Cirurgião de Cabeça e Pescoço, além de procurar por fatores de risco, deve ser complementada com exames de imagem (ultrassonografia, tomografia, ressonância magnética) e com biópsias (por punção com agulha fina, core biopsy ou biópsias abertas, a depender de cada caso).
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
Sendo assim, nem sempre um linfonodo com volume aumentado caracteriza um câncer, por isso não se assuste. O importante é observar os sinais associados e, em caso de dúvidas, procurar um especialista para avaliação adequada, fazendo com que o diagnóstico seja o mais precoce possível e o tratamento traga maiores benefícios.