Dr. Arthur Vicentini

Conheça a iodoterapia e entenda como funciona o tratamento

Atualizado em: 16/11/2021
Tempo de leitura: 4 minutos
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Conheça A Iodoterapia E Entenda Como Funciona O Tratamento

O principal tratamento para o câncer de tireoide é a cirurgia. Em alguns casos, principalmente quando há algum grau de agressividade do tumor, se faz necessária a complementação com iodoterapia. Ela contribui para eliminar as células neoplásicas que possam ter restado no campo cirúrgico, inclusive quanto se trata de metástases microscópicas.

Mas não são todos os pacientes que têm indicação para realização desse procedimento. Além disso, ele apresenta algumas contraindicações, e nós falaremos sobre esses e outros assuntos durante este artigo.

Continue lendo para entender ao certo como funciona a iodoterapia, em quais casos ela é indicada, como é feita a preparação do paciente, entre outras informações. Fique bem informado sobre essa técnica que auxilia na cura do câncer tireoide.

O que é a iodoterapia?

Existem diversos tipos de tumores de tireoide, mas a maioria deles, chamados bem-diferenciados (carcinomas papilíferos e carcinomas foliculares), são compostos por células muito semelhantes às normais da glândula. Por este motivo, essas células mantém algumas características importantes, tais como a capacidade de produzir hormônio e captar iodo. E é justamente essa característica que favorece a adoção da iodoterapia nos casos do câncer de tireoide.

A especialidade que cuida dessa parte do tratamento é chamada Medicina Nuclear. É utilizado o iodo radioativo, também conhecido como Iodo-131. Após ser administrado, a ideia é que as células tumorais remanescentes após a tireoidectomia e eventual esvaziamento cervical captem esse iodo que estará na circulação sanguínea e, uma vez dentro da célula, este iodo emita partículas radioativas e destrua as células.

É um método eficaz tanto para o tratamento das células tumorais remanescentes após cirurgias de tireoide com ou sem esvaziamentos cervicais, também podendo ser utilizada em casos de metástases à distância que não podem ser operadas.

Como a iodoterapia é realizada?

A administração do iodo-131 é feita por via oral, como se fosse um xarope. Para que o procedimento tenha maiores chances de sucesso é feita uma preparação do paciente por meio de dieta especial pobre em iodo, evitando-se uso de maquiagem, tinturas, esmaltes e outras substâncias que contenham iodo. Dessa maneira, o organismo fica ávido por este nutriente, fazendo que a captação por ele seja ainda mais intensa quando administrado.

Quando o organismo já está pronto, é feita a ingestão do iodo radioativo. Assim, as células que estão “com fome de iodo” captam rapidamente as moléculas da substância, levando ao efeito desejado.

Todo esse procedimento é feito mediante internação de 24 a 72 horas. Isso porque como a iodoterapia é uma técnica radioativa é preciso que o paciente elimine toda a substância antes de receber alta para ir para casa. Esse cuidado é essencial para evitar a contaminação do ambiente, de pequenos animais e de outras pessoas.

Além disso, o período de internação é fundamental para que o paciente permaneça em observação, seja controlado e para que se mantenha bem hidratado e alimentado. É dessa maneira que o organismo fará a eliminação do iodo por meio da urina.

A ingestão de bastante água ajuda a diluir a substância, estimula o corpo a eliminá-la mais rapidamente e também minimiza possíveis efeitos colaterais. A eliminação da substância se dá, ainda, por meio das fezes, suor e saliva.

Quais são as indicações e contraindicações da iodoterapia?

Não são todos os casos de câncer de tireoide que precisam ou devem ser tratados por meio da iodoterapia. Como dito, a principal forma de tratamento é a cirurgia, mas alguns grupos de pacientes podem necessitar dessa terapia complementar.

Esse é o caso daqueles diagnosticados com tumores bem-diferenciados, que seriam os carcinomas foliculares e papilíferos. São candidatos a essa técnica uma vez que esse tipo de tumor apresenta indícios maiores de agressividade.

Mas essa não é a única avaliação que determina se a iodoterapia é necessária ou não. O especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (clique aqui e entenda a especialidade) analisa caso a caso, checando vários critérios, tais como presença de metástases linfonodais, tumores à distância, comprometimento de estruturas vizinhas à tireoide (extravasamento do tumor, invasão de músculo), entre muitas outras.

Embora seja uma terapia muito eficaz, esse método apresenta suas contraindicações. A principal é para mulheres gestantes, em função do risco de alterações do desenvolvimento do bebê ainda dentro do útero materno. O teste de gravidez é solicitado como rotina em mulheres com idade fértil, para evitar intercorrências.

A iodoterapia é um procedimento muito importante para a complementação do tratamento de alguns tipos de câncer de tireoide, principalmente daqueles com certo grau de agressividade.

É um procedimento seguro, que visa eliminar células remanescentes após o tratamento cirúrgico, aumentando as taxas de cura quando necessário.

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Ao fundo da imagem, há uma mulher tomando um medicamento.

Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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