Sumário
A tireoidectomia, nome como é conhecida a cirurgia para retirada (total ou parcial) da glândula tireoide, é o procedimento mais comum da especialidade Cirurgia de Cabeça e Pescoço. A forma como fazemos a cirurgia é descrita há mais de 100 anos, tendo sofrido algumas alterações técnicas durante esse período. E, exatamente por este refinamento técnico, é que costumamos ter resultados muito positivos, bem como chances de complicações bastante baixas, quando o procedimento é feito por Cirurgiões de Cabeça e Pescoço bem treinados e com experiência.
A glândula tireoide é muito importante porque produz hormônios que regulam o metabolismo, ou seja, influenciam o organismo de um modo geral. No entanto, podem surgir alterações da função ou da anatomia da glândula, que nos levam a condições em que seja necessária sua retirada cirúrgica.
Esse é um procedimento importante para o tratamento do câncer de tireoide e outras complicações que podem acometer a tireoide, como nos casos de hipertireoidismo e aumento de volume com sintomas cervicais compressivos.
Como em qualquer procedimento médico, há consequências do mesmo e podem ocorrer complicações. Apesar da baixa frequência das mesmas, relataremos as mais comuns.
Neste artigo explicaremos quais são essas consequências, além de trazer outras informações sobre a cirurgia de tireoide. Continue lendo e confira:
Quando é preciso fazer uma tireoidectomia?
Doenças da tireoide, como o hipotireoidismo, o hipertireoidismo e nódulos tireoideanos, não são raras. O tratamento de algumas dessas doenças pode ser realizado com medicamentos e acompanhamento clínico.
No entanto, em casos específicos, podem surgir condições que nos levem a indicar a tireoidectomia. O objetivo dessa cirurgia é fazer a retirada total ou parcial da glândula tireoide.
A principal indicação da tireoidectomia é para os pacientes com suspeita ou confirmação do câncer de tireoide. Também pode ser necessária quando a tireoide desenvolve nódulos com crescimento progressivo que leve a sintomas compressivos (comprometendo funções vitais como fala, deglutição e respiração) e em casos de hipertireoidismo que não respondam ao tratamento clínico ou com iodo.
Quais são os tipos de cirurgia da tireoide?
Existem diferentes tipos de tireoidectomia, que se classificam de acordo com a porção de tecido retirada da glândula tireoide. A recomendação para um desses tipos de cirurgia é realizada de acordo com a necessidade do paciente e a doença desenvolvida.
Como os próprios nomes sugerem, na tireoidectomia total, toda a glândula é retirada, enquanto na tireoidectomia parcial, apenas parte dela precisa ser removida.
Procedimentos conhecidos como nodulectomia (retirada apenas do nódulo que está doente) eram feitos antigamente e quase não se realizam mais, hoje em dia, pelo risco de sangramento e outras complicações.
Para realização da cirurgia, seja total ou parcial, o paciente precisa estar em ambiente hospitalar e recebe anestesia geral. O tempo de duração do procedimento é de aproximadamente duas horas, mas pode variar a depender de questões técnicas, como procedimentos associados, tamanho dos nódulos e etc. O tempo de internação, no geral, é de 24-48 horas, mas também pode variar.
Quais são os riscos e consequências da tireoidectomia?
Uma das consequências da retirada total da glândula tireoide é o hipotireoidismo, desencadeado pela parada de produção dos hormônios da mesma. Quando a tireoidectomia é parcial, uma parcela significativa dos pacientes que se submetem a este procedimento não necessitam de reposição hormonal, enquanto 20% dos mesmos precisará de doses baixas de levotiroxina.
Como qualquer outro procedimento cirúrgico, a tireoidectomia oferece riscos pós-operatórios, tais como sangramentos, infecções, inchaço e etc. Para reduzir os riscos dessas complicações, é importante seguir corretamente as recomendações do médico e tomar os medicamentos prescritos.
As complicações específicas do procedimento realizado estão relacionadas às estruturas próximas da glândula, sendo elas as paratireoides e os nervos laríngeos.
A manipulação excessiva ou até retirada acidental de paratireoides pode levar a redução (em geral, temporária) dos níveis de paratormônio (PTH), que é quem controla o equilíbrio do cálcio no organismo, através de complexos mecanismos que envolvem os ossos, intestino, rins e etc. Os principais sintomas da queda acentuada do cálcio são formigamentos e cãibras, mas a reposição deste mineral costuma ser temporária e logo as paratireoides devem voltar a funcionar normalmente.
Para acompanhar os níveis de cálcio e PTH, são realizados exames de sangue para apontar as quantidades destas substâncias no organismo.
Os nervos laríngeos são responsáveis pela movimentação das pregas vocais e, consequentemente, são essenciais para a fala. Por estarem muito próximos à glândula tireoide e, por vezes, até aderidos à mesma, podem ocorrer lesões por tração, queimaduras e até secções acidentais dos nervos, levando a alterações do timbre vocal e até rouquidão. Mais uma vez, vale citar que a maioria dos pacientes não apresenta alterações da função vocal e, quando há, elas são temporárias.
Apesar das possíveis consequências e riscos da tireoidectomia, ela continua sendo um procedimento eficiente e seguro para tratar problemas da tireoide, em especial nos casos de tumores malignos. Para minimizar esses efeitos colaterais, é importante consultar-se com um Cirurgião de Cabeça e Pescoço experiente e seguir à risca suas recomendações.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema: