Sumário
Os distúrbios de produção hormonal da tireoide são muito frequentes, sendo o mais comum deles o hipotireoidismo (produção de hormônios tireoideanos menor que o necessário). No entanto, o contrário pode ocorrer, levando ao aumento da produção hormonal, conhecido como hipertireoidismo.
Embora menos comum que o hipo, o hipertireoidismo também ocorre com certa frequência, o que requer atenção porque pode desequilibrar o funcionamento de todo o organismo e trazer prejuízos significativos para a saúde, interferindo nas outras funções do organismo, como por exemplo, o sistema gastrointestinal e o cardiovascular.
Neste artigo explicaremos o que é hipertireoidismo, o que pode causar essa alteração da tireoide, os sintomas mais frequentes, as possíveis complicações e as formas de tratamento mais adequadas. Continue lendo!
O que é hipertireoidismo?
A glândula tireoide, localizada no pescoço, é responsável pela produção de hormônios (T3, T4, T4 Livre e outros) que regulam o nosso metabolismo. Por isso, a quantidade liberada no organismo precisa estar adequada, a fim de que não haja falta ou excesso dessas substâncias.
O hipertireoidismo ocorre quando a tireoide produz mais hormônios do que o necessário. Em função disso, o metabolismo fica acelerado e ocorre uma série de alterações em outros órgãos e sistemas, que também acabam por funcionar em ritmo mais intenso do que deveriam.
A principal causa desse mau funcionamento da glândula é a Doença de Graves, um problema crônico que faz o sistema imunológico produza anticorpos (TRAb) que acabam por estimular a tireoide a produzir mais hormônios. Como consequência, seu tamanho costuma ficar aumentado, assim como a produção de hormônios. Mas existem também outras causas de hipertireoidismo, embora elas sejam menos comuns, incluindo:
- nódulos tireoidianos hiperfuncionantes;
- causas infecciosas;
- traumas cervicais;
- tireoidite pós-parto.
Existe, ainda, o hipertireoidismo factício, causado pelo uso incorreto (em geral, excessivo), de hormônios tireoideanos exógenos, ou seja, tomado em forma de medicação, fórmulas para emagrecimento e etc.
Quais sintomas esse problema provoca?
O funcionamento anormal da glândula tireoide e o excesso de hormônios liberados na corrente sanguínea causam várias alterações metabólicas. Por isso, o hipertireoidismo desencadeia sintomas muito característicos, podendo se manifestar:
- taquicardia e arritmias (aceleração e irregularidade do ritmo cardíaco);
- olhos saltados (conhecido como exoftalmia);
- perda de peso;
- agitação;
- impaciência;
- queda de cabelo;
- insônia / dificuldade para dormir;
- unhas quebradiças ou frágeis
- sensação de calor;
- fraqueza muscular;
- tremores nas mãos;
- aumento da transpiração;
- cansaço ou fadiga;
- diarreia / funcionamento acelerado do intestino;
- infertilidade;
- alterações no ciclo menstrual.
Existem casos em que o hipertireoidismo se manifesta de uma forma mais leve, por isso, o indivíduo pode não apresentar nenhum sintoma mais intenso.
O hipertireoidismo traz complicações?
As alterações hormonais podem levar a desequilíbrio em nosso organismo. No caso do hipertireoidismo, com todo o metabolismo tende a ficar acelerado, algumas complicações podem surgir, como, por exemplo, arritmias, aceleração do ritmo cardíaco (taquicardia), oscilações de pressão arterial, aumentam os riscos de infarto e derrame (AVCs), surgem sintomas como agitação, inquietação, ansiedade, irritabilidade.
A Exoftalmia, nome que damos para quando os olhos ficam saltados, é bastante comum nos casos de Doença de Graves mais avançada, e o mecanismo de surgimento desse sintoma parece estar relacionado à presença dos anticorpos produzidos no organismo contra os receptores celulares da tireoide.
Com o metabolismo funcionando acelerado demais, o organismo precisa de muita energia, portanto, a pessoa tende a emagrecer, apesar de algumas pessoas poderem ganhar peso por conta do aumento da ingesta alimentar.
Diagnóstico e tratamento para hipertireoidismo
O diagnóstico de hipertireoidismo é feito através da suspeita clínica, quando o surgimento dos sintomas citados acima e confirmado com a dosagem de hormônios em exames de sangue.
Podem, ainda, ser necessários exames complementares para investigar as causas e possíveis consequências da doença, sua gravidade e características do paciente para definir o melhor tratamento.
Em certos casos, é possível fazer uso de medicamentos para reduzir a quantidade de hormônio produzido e/ou sua atuação nas células do organismo. Os mais comuns são os bloqueadores da produção hormonal e os beta-bloqueadores, que inibem o efeito dos hormônios.
Em casos selecionados, também está disponível a terapia com iodo radioativo, que leva à destruição das células hiperfuncionantes e podem controlar a produção dos hormônios tireoideanos. Em certos casos, pode haver retorno (recidiva) do hipertireoidismo e redução maior que o esperado (hipotireoidismo).
Outra opção utilizada para tratamento do hipertireoidismo, quando os outros tratamentos citados acima não são eficientes ou estão contraindicados, bem como quando existem suspeitas de malignidade ou aumento do volume da tireoide (bócio) é a ressecção da glândula (tireoidectomia), cirurgia em que se remove o tecido funcionante e leva o paciente ao estado de hipotireoidismo, devendo iniciar reposição de levotiroxina após o mesmo.
Se você tem sintomas como os descritos acima ou se tiver histórico de hipertireoidismo procure um Cirurgião de Cabeça e Pescoço e tire suas dúvidas.
Dessa forma poderá obter um diagnóstico preciso para fazer o tratamento adequado, visando preservar sua saúde e qualidade de vida, mantendo o equilíbrio de todo o organismo.