Sumário
O câncer de laringe é tratado com diferentes técnicas cirúrgicas, mas também pode ser adotadas a quimioterapia e a radioterapia. O protocolo terapêutico varia dependendo de cada caso, sendo influenciado pelo tipo da doença, localização e as necessidades do paciente.
A laringe é um órgão muito importante porque é responsável por produzir a voz e proteger as vias respiratórias inferiores (pulmões, brônquios, alvéolos, etc). Logo, quando se manifesta um câncer de laringe, ele pode afetar a respiração, a fala e até a deglutição.
Como a laringe costuma ser dividida em 3 partes (supraglote, glote e infraglote), tumores de diferentes regiões podem se manifestar de formas distintas. Cerca de 60% dos casos de câncer de laringe ocorrem na glote, que é onde se encontram as cordas vocais.
Neste artigo explicaremos com mais detalhes sobre essa doença e o modo como ela é tratada. Continue lendo para conferir:
Sobre o câncer de laringe
O câncer de laringe pode se desenvolver em indivíduos de ambos os sexos, mas é mais comum em homens maiores de 50 anos. A principal causa do câncer de laringe é o tabagismo, sendo que o consumo de bebidas alcoólicas também está entre os fatores de risco.
Quando cigarro e álcool são associados, existe uma suscetibilidade ainda maior para o desenvolvimento dessa doença. Vale lembrar que pacientes que fumam e bebem têm maior risco de desenvolvimento de tumores de todo o trato aerodigestivo alto.
No câncer de laringe, os sintomas podem variar conforme a região do órgão que foi afetada. Tumores na supraglote costumam causar:
- Dificuldade para engolir;
- Dor de garganta persistente;
- Sensação de algo preso na garganta;
- Perda da qualidade da voz;
- Surgimento de nódulos no pescoço.
Os tumores localizados na glote, geralmente, apresentam como primeiro sintoma, alterações da voz e dificuldade para respirar. No caso de lesões mais avançadas, podem surgir dor, sangramentos e até dificuldade para engolir. Os tumores localizados na subglote, por sua vez, causam principalmente dificuldade para respirar.
Para dar início ao tratamento desse tipo de câncer de garganta, os sintomas sozinhos não são suficientes. É preciso obter um diagnóstico por meio também do histórico do paciente e exames, como a laringoscopia e a biópsia, além de completar o estadiamento com exames de imagem (tomografia computadorizada do pescoço e do tórax, por exemplo).
O que determina como será feito o tratamento?
No câncer de laringe, os sintomas são aliados para obter um diagnóstico, mas o estadiamento é essencial para que se defina a melhor estratégia de tratamento. Na maioria dos casos, a biópsia revela a histologia do tumor como sendo um carcinoma de células escamosas, ou seja, um tumor originado das células da camada de revestimento, da mucosa que recobre os órgãos respiratórios e digestivos.
Ele também será influenciado pelo estágio em que se encontra a doença, afinal, o protocolo para um câncer de laringe em fase inicial é muito diferente daquele indicado para o câncer de laringe em estado mais avançado.
Além disso, as condições clínicas do paciente, bem como suas características (idade, gênero, condição pulmonar, doenças associadas e etc), podem influenciar no tipo de terapia que será adotado. Portanto, somente profissionais especializados em tratamento oncológico é que podem indicar o melhor tratamento para cada paciente.
Opções de tratamento para câncer de laringe
Os tumores de laringe, assim como a maioria dos demais tumores do corpo humano, respondem melhor ao tratamento se realizado em estágios iniciais. Quando descoberto ainda em estágio inicial, existe até 90% de chance de obter a cura; já em fase intermediária, as chances são de 60%. Sendo assim, quanto antes o tratamento for iniciado e mais adequado ao paciente, melhor.
Tumores iniciais de laringe podem ser tratados de forma cirúrgica, com ressecções endoscópicas (por dentro da boca, sem necessidade de incisões no pescoço e sem retirada da caixa da voz). Também pode ser feito tratamento com radioterapia nesses pacientes, com resultados razoavelmente semelhantes.
Também pode ser feita a combinação entre quimioterapia e radioterapia com o mesmo objetivo: preservar a laringe, nesse caso, para os tumores mais avançados. Entretanto, existem diferentes técnicas cirúrgicas para fazer a retirada de tumores, inclusive moderadamente avançados, e ainda assim preservando as funções da laringe.
Porém, existem casos em que há necessidade de fazer uma laringectomia total, procedimento em que é feita a retirada de toda a “caixa da voz”. Mesmo nesses casos existe a possibilidade de utilizar uma prótese para reabilitar a voz do paciente, uso de laringes eletrônicas e treinamento de voz esofágica.
Como você viu, nesse tipo de câncer, os sintomas ajudam bastante em sua identificação. Logo, é importante estar atento aos sinais e, em caso de dúvida, consultar um Cirurgião de Cabeça e Pescoço para passar por uma avaliação completa.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
Não se esqueça de que o câncer de laringe pode ser curado e que existem procedimentos que contribuem com a qualidade de vida do paciente após o tratamento. Não deixe de conversar com o médico para esclarecer todas as suas dúvidas, como: o melhor tratamento, se traqueostomia é perigoso e se será necessária, se existe algum risco para voz, entre outros; a fim de cumprir o tratamento com mais confiança e segurança.