Sumário
As técnicas endoscópicas vêm ganhando cada vez mais espaço em diferentes áreas médicas. Elas permitem visualizar mais nitidamente estruturas internas do organismo, possibilitando diagnósticos precisos e também o tratamento de algumas patologias. Além disso, são menos invasivas que as técnicas abertas.
O procedimento endoscópico mais conhecido é aquele realizado para visualizar o interior do trato digestivo, onde estão órgãos como esôfago, estômago e intestinos. No entanto, você sabia que também é possível utilizar essa técnica para examinar e tratar algumas doenças das glândulas salivares? Isso é feito por meio da sialoendoscopia.
Neste artigo explicaremos o que é a sialoendoscopia, os benefícios que ela oferece e quais são as suas aplicações, para que você saiba quando esse procedimento precisa ser realizado. Continue lendo para se informar melhor sobre esse assunto!
O que é sialoendoscopia
A sialoendoscopia é um procedimento endoscópico realizado nos canais das glândulas salivares. Essa técnica foi desenvolvida na Suíça e na Alemanha com o intuito de examinar essas estruturas de forma mais detalhada, bem como fazer o tratamento de doenças benignas, como a sialolitíase (cálculos das glândulas salivares).
Essa técnica tem se tornado cada vez mais conhecida e vem ganhando espaço ao redor do mundo. Ela consiste na utilização de um mini-endoscópio, com cerca de 0,75 a 1,6mm de espessura, que é inserido nos dutos salivares. Integrado a ele, há um sistema óptico e canais de trabalho que permitem a introdução de instrumentos e a lavagem de canais.
A sialoendoscopia pode ser realizada nas glândulas salivares maiores, tais como a submandibular e a parótida. A grande vantagem desse método é o fato de que ele permite tratar doenças sem a necessidade de fazer cirurgias maiores e, com isso, preserva as glândulas salivares e suas funções.
Aplicações da sialoendoscopia
Conforme explicamos, a sialoendoscopia pode ser aplicada com duas finalidades diferentes. A primeira é para examinar as glândulas salivares com o intuito de obter diagnósticos mais precisos, identificar estenoses (estreitamentos do canal) e presença de cálculos. A segunda é para fazer o tratamento de doenças benignas (tais como dilatação das estenoses e retirada de cálculos), sendo assim, essa técnica tem indicações diagnósticas e terapêuticas.
Aplicação diagnóstica da sialoendoscopia
Uma das complicações para se obter diagnósticos de problemas relacionados às glândulas salivares é a dificuldade de realizar exames que sejam capazes de permitir uma análise completa de toda essa estrutura, principalmente no caso das patologias obstrutivas.
Parte dos pacientes com doenças obstrutivas não conseguem definição diagnóstica por meio de ultrassonografia os outros exames e métodos convencionais. Nesse sentido, a sialoendoscopia veio com uma ferramenta adicional para complementar a investigação e visualizar com maior precisão qualquer alteração das glândulas, permitindo um diagnóstico correto.
Aplicação cirúrgica da sialoendoscopia
O tratamento de doenças benignas das glândulas salivares por meio da sialoendoscopia é possível através da manipulação do ducto salivar com a inserção de instrumentos nos canais de trabalho integrados ao mini-endoscópio.
Os instrumentos mais utilizados nesse tipo de procedimento são as pinças, o fio guia, o extrator de cálculos e o cateter balão. Assim, é possível fazer a extração dos cálculos que se formaram, bem como a remoção de corpos estranhos. Além disso, a estenose do ducto salivar (estreitamento) pode ser revertida por meio da técnica de dilatação endoscópica.
Quando é preciso realizar a sialoendoscopia
A sialoendoscopia pode ser realizada quando a doença do paciente é passível de tratamento por esta técnica, e as indicações dependem de cada caso. Conforme explicamos, nem sempre é possível obter um diagnóstico por meio de métodos convencionais, então, a técnica endoscópica entra em cena.
Além disso, quando é possível fazer um tratamento conservador das patologias benignas das glândulas salivares, o especialista também pode adotar a sialoendoscopia. Nesse caso, não há necessidade de fazer cirurgias abertas e mais complexas, cuja recuperação é mais demorada e ainda há o risco de prejuízos para as glândulas e nervos da região.