Sumário
Durante o desenvolvimento embrionário, dentro do útero materno, algumas estruturas se formam, sendo responsáveis por dar origem a tecidos e órgãos presentes no indivíduo adulto. Algumas delas, após terem se transformado, involuem e desaparecem, mas pode haver persistência de alguns conjuntos de células.
Os arcos e fendas branquiais são algumas delas, que se localizam na região que irá formar o pescoço. Com o não desaparecimento de parte dessas estruturas, podem se formar cistos ou fístulas branquiais.
Embora sejam benignos e não tragam riscos imediatos, estes cistos podem trazer problemas ao longo do tempo, principalmente relacionados ao crescimento e inflamação/infecções locais.
Continue lendo para entender ao certo o que é um cisto branquial, de que maneira ele se forma, quais são as complicações decorrentes dessa doença e qual é o melhor tratamento.
O que é o cisto branquial
Quando o corpo humano ainda está se desenvolvendo, durante a fase embrionária, conta com diversas estruturas que dão origem a outras ou simplesmente desaparecem. Na região do pescoço encontramos o aparelho branquial, formado por fendas e arcos branquiais.
É esperado que as fendas se fechem conforme o feto cresce e se desenvolve dentro do útero materno, mas em alguns casos há um problema nesse desenvolvimento que faz restarem resquícios desse aparelho. Quando isso acontece se forma um cisto na região do pescoço.
O cisto branquial, portanto, é considerado como uma doença congênita, já que nasce com o indivíduo, mas não tem relação com hereditariedade (não genética). Dificilmente ele é notado quando a criança ainda é bebê, mas com o passar do tempo, podem haver aumento de volume, o que pode levar a compressão de estruturas nobres do pescoço, causando sintomas.
Sintomas e complicações do cisto branquial
O cisto branquial é um nódulo benigno, sem proliferação celular neoplásica. Se caracteriza pela formação de um abaulamento ou massa amolecida na parte lateral do pescoço, ficando próximo aos músculos da região. Pode conter um trajeto que vai para a região da faringe e/ou diferentemente do cisto tireoglosso, que não costuma ter fístulas, os cistos branquiais podem ter comunicação com a pele e saída de secreção.
Mais comumente esse nódulo é indolor, entretanto, existe a possibilidade de se desenvolver inflamações ou infecções e, nesses casos, pode gerar sintomas dolorosos, com vermelhidão da pele. A tendência é de que seu volume aumente com o passar do tempo, devido ao acúmulo de secreção.
Outra característica do cisto branquial é que durante infecções respiratórias (dor de garganta, resfriados e gripes), por exemplo, o nódulo cresce ainda mais. Por conta desses sintomas que citamos, é importante que seja feito o diagnóstico e, tão breve quanto possível, se proponha o tratamento.
Tratamento para cisto branquial
O tratamento de escolha para o cisto branquial é a cirurgia. Ela é indicada para fazer a remoção total do nódulo, junto com possíveis trajetos fistulosos, prevenindo que ele desenvolva infecções ou inflamações, bem como evitando sua recidiva.
A cirurgia de ressecção dos cistos branquiais costuma ser realizada com anestesia geral, para a manipulação adequada da região e remoção completa das estruturas que o compõe. Ela deve ser realizada em ambiente hospitalar, por um profissional experiente e bem treinado.
Isso porque o cisto branquial se localiza em uma região delicada. Ele está muito próximo de nervos que se originam dentro do crânio e exercem funções motoras e sensitivas, de vasos sanguíneos como a artéria carótida e também a veia jugular.
Não existe uma idade mais adequada para realização dessa cirurgia. Na verdade, o ideal é que ela seja feita em caráter eletivo, fora dos períodos de inflamação. No entanto, em algumas situações em que o paciente não apresenta melhora após o início do uso de antibióticos e anti-inflamatórios, pode ser necessária a punção para drenagem do mesmo e até a ressecção cirúrgica.
Sendo assim, se for notado surgimento de massa em região cervical lateral, é importante que o paciente procure um Cirurgião de Cabeça e Pescoço, que possa realizar a investigação necessária (com exames de imagem como ultrassonografia ou tomografia, por exemplo) e propor o tratamento adequado.