Sumário
O surgimento de nódulos na tireoide, causando aumento de volume da glândula, é conhecido como bócio multinodular. Quando isso acontece, os pacientes podem desenvolver sintomas compressivos, o que leva à necessidade de tratamento, sendo a principal e mais consagrada técnica disponível a remoção cirúrgica (tireoidectomia total ou parcial).
Bócio é o termo médico utilizado para referenciar o aumento de volume da glândula tireóide. Quando esse aumento acontece devido à formação de vários nódulos, o quadro clínico é denominado como bócio multinodular.
Com o passar do tempo e o aumento dos nódulos, alguns pacientes passam a manifestar sintomas compressivos. Por isso é preciso realizar o tratamento.
Neste artigo você vai entender como o bócio multinodular é tratado e quando é necessário dar início à terapia. Acompanhe!
Quando é preciso tratar o Bócio Multinodular?
Você viu que o bócio multinodular é aquele em que o aumento de volume da tireoide acontece por causa da formação de diversos nódulos. Além dessa característica, ainda podemos classificar esse tipo de bócio de duas formas diferentes.
Existe o bócio multinodular atóxico, quando não provoca o aumento da produção de hormônios da tireóide, e existe o bócio multinodular tóxico, quando a tireóide passa a produzir mais hormônios do que o necessário, provocando um quadro de hipertireoidismo. O tratamento deve ser realizado em ambos os casos, a depender dos sintomas relacionados.
No bócio atóxico a glândula tireoide pode assumir um volume significativo e começar a provocar sintomas compressivos, que levam à dificuldade para respirar, falar e engolir. Também pode acontecer de a tireoide crescer para dentro do tórax, um quadro denominado bócio mergulhante e que pode causar os sintomas de compressão que citamos.
Já no caso do bócio tóxico, além do problema da compressão, também ocorrem os sintomas de hipertireoidismo, com prejuízos para todo o organismo devido ao excesso de hormônios na corrente sanguínea.
Como o Bócio Multinodular é tratado?
Quando falamos de nódulos tireoideanos, a primeira coisa a se fazer, é descartar malignidade.
Através de uma série de fatores relacionados à história clínica, sintomas e exames complementares (principalmente ultrassonografia e citologia por punção aspirativa), buscamos diferenciar nódulos com comportamento benigno (bócio, propriamente dito) dos nódulos malignos (câncer de tireoide).
Geralmente os quadros de bócio multinodular de menor volume não exigem tratamentos específicos, apenas acompanhamento com exames de imagem e consultas periódicas. Isso porque, quando ainda está pequeno e não provoca alterações no funcionamento da tireoide, não oferece risco para o paciente.
Assim, o tratamento é feito devido às condições que citamos antes, da manifestação de sintomas devido ao volume e pelas alterações na função da tireóide.
Tratamento do Bócio com cirurgia
A principal forma de tratar o bócio multinodular é por cirurgia. O procedimento é realizado com o intuito de fazer a remoção parcial ou total da glândula tireóide. Antigamente, existiam técnicas que preconizavam a retirada apenas dos nódulos, mas isso tem sido abandonado ao longo dos anos, pelos riscos e benefícios associados a tais procedimentos.
Em casos de nódulos volumosos bilaterais, ou quando há sinais e sintomas de hipertireoidismo, além de suspeitas de malignidade, o Cirurgião de Cabeça e Pescoço costuma retirar toda a glândula, ou seja, fazer uma tireoidectomia total. Entretanto existem pacientes que podem fazer a tireoidectomia parcial, sendo aqueles em que os nódulos se formaram em somente um dos lados da glândula.
A vantagem do procedimento cirúrgico é o alívio rápido que ela provoca nos sintomas compressivos, a redução do volume concentrado no pescoço e ainda a possibilidade de fazer uma investigação mais profunda sobre a presença ou não de malignidade.
Técnicas alternativas
Para pacientes específicos, com indicações bem individualizadas, podemos ponderar sobre a realização de técnicas para tratamento de nódulos tireoideanos como a radioablação, alcoolização, crioablação e outras.
Estes métodos são menos comuns e acreditamos que não devem ser recomendados a todos os pacientes e cada caso deve ser discutido em detalhes, para se pensar nos riscos, benefícios e possíveis complicações associados com cada técnica.
Como nem sempre o bócio multinodular requer tratamento, o mais importante é consultar o Cirurgião de Cabeça e Pescoço para fazer o acompanhamento e exames. Se for necessária a realização da cirurgia, ela será indicada no momento mais adequado para manter a saúde e a qualidade de vida do paciente.