Sumário
A remoção da glândula tireoide, chamada de tireoidectomia, é um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns dentre os realizados pelos Cirurgiões de Cabeça e Pescoço. As indicações para essa cirurgia foram explicadas em um artigo anterior, em nossa página (leia aqui).
Atualmente, uma das maiores discussões relacionadas ao tema é sobre a extensão do procedimento, ou seja, se a cirurgia compreenderá a ressecção de toda a glândula tireoide ou apenas de uma parte dela.
Antigamente, era muito frequente, a depender da doença apresentada, a ressecção de nódulos ou retirada subtotal da tireoide. Hoje, acredita-se ser mais adequada a retirada de, pelo menos, todo o lobo (porção lateral da glândula) e do istmo (porção central e anterior da mesma).
Com o desenvolvimento de pesquisas em todo o mundo e com a evolução do conhecimento científico, alguns fatores mostraram-se importantes para definir a retirada de apenas um lado da tireoide ou de toda ela.
Na presença de nódulos benignos unilaterais, e que causam sintomas, é possível a retirada apenas deste lobo.
Os tumores malignos de tireoide são, em sua maioria, de bom prognóstico e apresentam altas taxas de cura, quando tratados de forma adequada.
Fatores que influenciam a tireoidectomia
Os principais fatores sugestivos de agressividade desses tumores são:
- Tamanho maior que 4 cm;
- Extravasamento em relação a cápsula da tireoide com invasão de estruturas próximas à glândula;
- Subtipos celulares mais agressivos;
- Presença de linfonodos cervicais acometidos (chamadas metástases linfonodais);
- Invasão de nervos e vasos intratireoideanos (chamada de invasão perineural ou vascular);
- Multifocalidade (mais de um nódulo maligno ao mesmo tempo).
Quando estas características não estão presentes, em determinados casos, pode-se ponderar, também, pela retirada de apenas um lobo e do istmo, sendo que nas outras situações a tireoide toda deve ser removida, podendo ou não ser necessária a retirada dos linfonodos cervicais (saiba mais clicando aqui).
Nos próximos artigos, discutiremos as possíveis complicações da tireoidectomia e os benefícios de se realizar, quando indicado, uma tireoidectomia parcial.
Discutiremos também as indicações de tratamento complementar, com iodo radioativo, a chamada radioiodoterapia.