Dr. Arthur Vicentini

O que é traqueostomia: como funciona o sistema respiratório após o procedimento?

Atualizado em: 02/07/2024
Tempo de leitura: 4 minutos
A traqueostomia é uma abertura na traqueia, feita de forma cirúrgica, para facilitar a respiração. É essencial em casos de obstrução das vias aéreas ou necessidade de ventilação prolongada. Com a traqueostomia, o sistema respiratório sofre alterações significativas, exigindo cuidados específicos. Entenda mais sobre esse assunto lendo o texto abaixo!
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A traqueostomia é um dispositivo que permite ao paciente respirar por um caminho alternativo. É feito por procedimento cirúrgico em que uma abertura é criada na traqueia, um tubo respiratório que conecta as vias aéreas superiores aos pulmões

Esse procedimento é geralmente realizado em casos de obstruções das vias aéreas, necessidade de ventilação mecânica prolongada ou traumas graves no pescoço e face

É uma prática relativamente comum em unidades de terapia intensiva e em pacientes com problemas respiratórios crônicos, bem como condições neurológicas mais avançadas e até com tumores. 

Neste artigo, abordaremos o que é a traqueostomia e quando é necessária, como funciona o sistema respiratório após a traqueostomia e os cuidados e manutenção necessários. Leia até o final e saiba mais!

O que é traqueostomia e quando é necessária?

A traqueostomia é um procedimento cirúrgico no qual uma abertura é feita na traqueia, localizada na parte anterior do pescoço. Esse procedimento permite que o ar passe diretamente para os pulmões, sem a necessidade de atravessar as vias aéreas superiores (nariz, boca e garganta). 

A traqueostomia é frequentemente necessária em situações de emergência ou como medida preventiva em pacientes com condições médicas que comprometem a respiração.

Entre as principais indicações para uma traqueostomia estão obstruções das vias aéreas superiores, como tumores ou traumas; necessidade de ventilação mecânica prolongada em pacientes que não conseguem respirar adequadamente por conta própria; e condições neurológicas que afetam os músculos respiratórios, como a esclerose lateral amiotrófica, por exemplo. 

A traqueostomia pode ser temporária, servindo como uma solução a curto prazo até que a condição subjacente seja resolvida, ou permanente, para pacientes que precisam de assistência respiratória contínua.

A decisão de realizar uma traqueostomia envolve uma análise cuidadosa das necessidades do paciente, dos riscos e dos benefícios. É uma intervenção que pode salvar vidas, melhorando significativamente a qualidade de vida de pacientes com dificuldades respiratórias graves.

Como funciona o sistema respiratório após a traqueostomia?

Após a traqueostomia, o sistema respiratório do paciente passa por várias mudanças significativas. A abertura criada na traqueia permite que o ar entre e saia dos pulmões diretamente através desta abertura. Isso altera a fisiologia respiratória, uma vez que o ar não passa mais pelo nariz, onde normalmente seria aquecido, umidificado e filtrado.

A abertura e o tubo da traqueostomia substituem parte das funções naturais das vias aéreas superiores. A ausência dessas funções pode levar a um aumento da “secura” e à necessidade de umidificação adicional para evitar complicações, como a formação de crostas e infecções.

Além disso, a presença do tubo pode alterar a produção de muco, exigindo cuidados especiais para manter a via aérea limpa, pérvia e funcional.

Outra mudança importante é a adaptação na fala e na deglutição. A traqueostomia pode impactar a capacidade de falar, já que o ar não passa diretamente pelas cordas vocais. 

No entanto, existem dispositivos que podem ser usados para permitir a fala, como próteses fonatórias, válvulas de fala e outros. A deglutição também pode ser afetada, exigindo ajustes na alimentação e na reabilitação da função de engolir, normalmente acompanhados de perto pela Fonoaudiologia e Fisioterapia.

Cuidados e manutenção da traqueostomia

Realizar a manutenção de uma traqueostomia exige cuidados diários rigorosos para garantir que a abertura e o tubo permaneçam limpos e funcionais. A higiene adequada é essencial para prevenir infecções e outras complicações. 

A limpeza regular da abertura envolve a remoção de secreções e a troca do curativo, sempre utilizando técnicas assépticas para evitar contaminação.

A troca do tubo de traqueostomia deve ser feita conforme a recomendação médica, geralmente a cada 3 a 6 meses, dependendo do tipo de cânula e das condições do paciente. 

É importante monitorar sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço ou secreção purulenta, e procurar atendimento médico imediato se esses sintomas aparecerem.

Além da limpeza, a umidificação do ar inalado é crucial, pois a traqueostomia impede que o ar seja umidificado naturalmente pelas vias aéreas superiores. Isso pode ser feito usando dispositivos umidificadores ou soluções salinas nebulizadas.

Pacientes com traqueostomia também precisam de suporte para atividades diárias e comunicação. A reabilitação da fala pode incluir o uso de válvulas fonatórias, que permitem que o ar passe pelas cordas vocais, facilitando a fala.

A adaptação à vida com traqueostomia pode ser desafiadora, mas com os cuidados adequados, muitos pacientes conseguem manter uma boa qualidade de vida.

Procure sempre um Cirurgião de Cabeça e Pescoço para orientações quanto aos cuidados e mantenha sua saúde em alta!

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Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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Médico examinando o pescoço de uma paciente em consultório, com ícone do YouTube sobreposto ao centro da imagem.

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