Sumário
O que são as paratireoides?
As glândulas paratireoides são, normalmente, quatro glândulas localizadas no pescoço, logo atrás da tireoide e possuem a função de controlar os níveis de cálcio no sangue para o bom funcionamento do organismo. Este controle é feito por meio da produção do hormônio paratireoideano ou paratormônio (PTH).
O aumento da produção de PTH é chamado de hiperparatireoidismo e pode ocorrer por alterações primárias da paratireoide (em geral, uma dessas glândulas aumenta de tamanho e produz maior quantidade que o habitual – a isso, chamamos de Adenoma Único de Paratireoide). Também pode acontecer de haver aumento de produção por mecanismos secundários, como em pacientes com insuficiência renal crônica e em uso de medicações que alteram o equilíbrio do cálcio.
A doença atinge igualmente mulheres e homens, geralmente acima dos 50 anos de idade. A maioria do quadros é assintomático, sendo descobertos apenas com exames de sangue de dosagem de cálcio e PTH.
Os sintomas que podem ocorrer são relacionados aos órgãos-alvo, tais como osteoporose, cálculos urinários (pedras nos rins), calcificações no organismo fora dos ossos, piora de função renal, dores ósseas, alterações neurológicas e do sistema gastrointestinal.
Tratamento cirúrgico
A cirurgia de paratireoide consiste na retirada da glândula afetada, ou seja, a que está produzindo mais hormônio do que o considerado normal. Quando mais de uma glândula está afetada, tratamentos como retirada subtotal ou retirada total das paratireoides com reimplante de parte delas podem ser realizados.
Em casos em que haja sintomas ou que o paciente seja jovem (menos de 50 anos) ou, ainda, em casos selecionados com risco de complicações, a cirurgia se faz necessária.
Pré-operatório
Após o diagnóstico de hiperparatireoidismo, exames dos órgãos alvo devem ser solicitados, para que se defina a necessidade de cirurgia ou apenas tratamento clínico. Os principais exames a serem realizados são:
- Densitometria óssea (que medirá a densidade de cálcio nos ossos);
- Testes de urina e sangue para avaliar a função dos rins e quantidade de cálcio eliminada na urina;
- Exames de imagem dos rins, para verificar presença de cálculos;
- Radiografia de membros, para avaliar presença de calcificações extra-ósseas.
Quando indicada a cirurgia, são realizados exames chamados de localizatórios, ou seja, que auxiliam o Cirurgião de Cabeça e Pescoço a identificar qual glândula, ou quais glândula, está/estão acometida(s).
Isso faz com que possa ser proposta a abordagem focada da paratireoide doente, reduzindo o tempo de cirurgia e as possíveis complicações, já que visa reduzir a manipulação das paratireoides normais e outras estruturas nobres da região cervical.
Pós-operatório
A cirurgia costuma ser feita com anestesia geral.
Geralmente, o paciente permanece internado por 1 ou 2 dias após o procedimento, a depender dos controles de cálcio e de outras questões clínicas.
A maioria dos pacientes não refere dor no pós-operatório, sendo o controle de sintomas realizado com medicações de uso oral (analgesia simples) quando o paciente tem alta.
A orientação de repouso e evitar esforços físicos é semelhante àquela que orientamos para pacientes após cirurgias de tireoide, para evitar risco de sangramentos e hematomas no pescoço. Em 15 dias, quando o paciente apresenta boa evolução, as atividades podem retornar gradativamente ao normal.
Os exames de controle incluem dosagem de cálcio, função renal e PTH, não sendo necessários, na maioria das vezes, exames de imagem para acompanhamento.