Sumário
Neste texto, vamos abordar a descoberta de nódulos na tireoide, destacando sua prevalência no Brasil. Além disso, vamos explorar como esses nódulos são encontrados, quando é necessária investigação mais profunda e como é feita essa investigação através do protocolo de classificação TI-RADS e a importância da punção para avaliar a malignidade dos nódulos. Confira!
A descoberta de um nódulo de tireoide
Os nódulos de tireoide são a principal causa de busca de atendimento por um cirurgião de cabeça e pescoço. Muitos pacientes encontram esses nódulos porque aparece algum carocinho no pescoço ou sentem algum desconforto, alguma situação que chama atenção.
Já no dia a dia, muitas vezes a gente encontra esses nódulos de forma acidental ao fazer um exame do pescoço, como uma tomografia, uma ressonância de coluna, um PET CT por causa de algum câncer ou tumor de outra área do corpo, ou eventualmente um médico generalista ou de alguma outra especialidade que acaba pedindo, por exemplo, uma ultrassom do pescoço ou de tireoide e a gente identifica lá um nódulo.
Índice de pessoas com nódulo de tireoide no Brasil
Tem um número novo da Sociedade de Brasileira de Endocrinologia que afirma que mais ou menos 60% das pessoas no Brasil podem ter nódulos de tireoide, então, é uma quantidade muito grande de pessoas, calculando aí que a gente tem alguma coisa perto de 215 milhões de pessoas no país, a gente vai ter uma taxa muito grande de pessoas com nódulos.
Mas eu queria tranquilizar vocês, pois a maioria absoluta das vezes a gente não precisa fazer nada com esses nódulos, somente acompanhar e eventualmente ver se tem algum sintoma, investigar de uma forma um pouco menos invasiva para que a gente possa só ter tranquilidade em relação a esses nódulos e fazer algum acompanhamento.
Em uma minoria dos pacientes, a gente acaba precisando individualizar um pouco melhor e fazer uma investigação mais profunda, eventualmente até um tratamento cirúrgico.
Quando é necessário um tratamento cirúrgico?
Uma das coisas que sempre levam a gente a pensar em eventualmente partir para uma cirurgia, é o fato de ter suspeita de malignidade. Perto de 10% dos nódulos de tireóide podem apresentar algum grau de malignidade, então, nós precisamos investigar e partir para esse caminho.
Investigando o nódulo
A principal forma de investigar é através da ultrassom, que vai mostrar algumas características que podem sugerir mais malignidade ou menos malignidade, e quase todas essas características são englobadas por um protocolo chamado de TI-RADS
O protocolo de TI-RADS leva em consideração alguns pontos, como:
- Se o nódulo é sólido ou líquido;
- Se o nódulo é mais claro ou mais escuro na ultrassom, ou seja, mais branco ou mais preto na imagem;
- Se o nódulo é mais largo ou mais alto no ultrassom;
- Se ele tem as margens/bordas são bem definidas e bem delimitadas;
- E se tem calcificações e se são maiores ou menores, ou seja, macro ou micro calcificações.
Para cada um desses critérios são dadas algumas pontuações que depois são todas somadas, e com esses pontos a gente vai cair numa classificação, que fica logo na linha de baixo, classificada de TI-RADS 1 até TI-RADS 5. Quanto maior o TI-RADS, maior a suspeita de malignidade
Punção do nódulo
Existem também alguns critérios e limites para determinar se é preciso puncionar ou não esse nódulo, por exemplo, quando a gente tem um nódulo que seja TI-RADS 5, que é a última classificação, a gente precisa puncionar nódulos a partir de 1 cm, então nódulos que tenham 1 cm ou mais precisam ser puncionados para a gente poder investigar um pouco melhor.
Então, a respeito de características ultrassonográficas de suspeita de malignidade, a gente usa a classificação do TI-RADS.
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