Dr. Arthur Vicentini

Doenças da Paratireoide: como é o tratamento?

Atualizado em: 16/11/2021
Tempo de leitura: 5 minutos
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O tratamento das doenças da paratireoide é feito de acordo com o quadro de cada paciente. Existem tratamentos clínicos e/ou cirúrgicos, a depender da causa da doença e do grau de acometimento do organismo.

A Imagem Mostra De Perto Um Doutor Apontando Com Um Instrumento Para Modelo De Glândula Em Sua Outra Mão.
Doenças Da Paratireoide: Como É O Tratamento?

Muito se fala sobre para que serve a tireoide e a importância dessa glândula para controlar o metabolismo humano. Porém, muitas pessoas não sabem da existência das glândulas paratireoides. Por conta do nome, podem ser confundidas com a tireoide, mas, apesar da proximidade anatômica e do nome parecido, elas produzem outro tipo de hormônio, o PTH (paratormônio), que também exerce uma função essencial no organismo.

O PTH é responsável pelo equilíbrio da quantidade de cálcio em nosso corpo. Entretanto, quando acometidas por doenças, apresentam um mau funcionamento, que desequilibra as taxas desse mineral, por isso, é preciso ficar atento e ponderar sobre a necessidade de tratamentos.

O que é a paratireoide?

A paratireoide é um tipo de glândula endócrina, ou seja, produz hormônios. Em geral, temos quatro glândulas paratireoides na região cervical, mas esse número pode variar de 2 a 9. Essas glândulas ficam localizadas logo atrás de outra importante estrutura do pescoço, conhecida como glândula tireoide. As paratireoides se encontram posteriores à tireoide, sendo uma superior e uma inferior de cada lado.

As glândulas paratireoides são responsáveis pela produção do paratormônio (PTH), liberado por suas células principais. Esse hormônio controla o nível de cálcio no organismo da pessoa para que ele se mantenha adequado. Assim, quando existe uma queda do cálcio no sangue, a paratireoide normal produz mais PTH para que o cálcio do sangue se eleve.

O aumento do cálcio no sangue se dá através de um complexo mecanismo que envolve os ossos, rins, fígado e intestino, fazendo com que a absorção do cálcio da dieta e seu armazenamento nos ossos mude dinamicamente. Normalmente, o aumento do PTH leva a maior absorção do cálcio no intestino, gera retirada do cálcio dos ossos e menor eliminação do mesmo pela urina. Todos esses mecanismos fazem com que o cálcio no sangue se eleve.

Os níveis de Vitamina D devem estar regulados para que todos estes mecanismos permaneçam funcionando normalmente. Devemos atentar para evitar reposição em excesso e sem indicação adequada da Vitamina D, o que pode desencadear toxicidade e insuficiência renal grave.

Quais são as doenças que afetam a paratireoide?

Como você viu, as paratireoides são glândulas muito importantes, por isso, quando elas são acometidas por doenças, ocorrem desequilíbrios orgânicos. Afinal, muitas das reações químicas do nosso organismo dependem de níveis adequados de cálcio, assim como a contração muscular e condução de estímulos nervosos. A seguir falamos sobre essas doenças paratireoideanas, suas causas e consequências.

Hipoparatireoidismo

Ocorre quando a produção de PTH é menor que o adequado, temos o chamado hipoparatireoidismo. A causa mais comum desta situação é o pós-operatório de cirurgias de tireoide ou outras abordagens cervicais. Na maioria dos casos, o hipoparatiroidismo é transitório e deve ser acompanhado de perto para que os níveis de cálcio se normalizem. Raramente acontece de forma espontânea.

Hiperparatireoidismo

Ocorre quando as glândulas paratireoides produzem PTH em excesso. Com isso, diversos órgãos são afetados, podendo ocorrer cálculos urinários, alterações gastrointestinais e psiquiátricas, deformidades ósseas e osteoporose.

O hiperparatireoidismo primário é a doença que se origina na própria paratireoide. Geralmente é provocado por um tumor benigno que faz as células produzirem mais PTH e perdem o mecanismo de contrarregulação em relação ao cálcio do sangue. Nesta condição, tanto o cálcio quanto o PTH estão elevados nos exames laboratoriais. O Fósforo, outro importante mineral de nosso organismo, costuma estar baixo.

O hiperparatireoidismo secundário é decorrente de outras doenças, que acabam por interferir no metabolismo do cálcio. A causa mais comum é a insuficiência renal, que depleta os estoques de cálcio do organismo por perdas através da urina, fazendo com que a paratireoides precisem produzir maiores níveis de PTH, na tentativa de aumentar o cálcio do sangue. Outras causas podem ser deficiência de Vitamina D, uso de medicações como lítio e doenças inflamatórias intestinais.

Como essas doenças são tratadas?

No caso do hipoparatireoidismo, como há uma produção menor do PTH esse problema é tratado por meio da reposição nutricional de vitamina D e de cálcio, para equilibrar seus níveis no organismo. Também podem ser utilizados diuréticos para favorecer a retenção do cálcio, ou mesmo o PTH injetável (de difícil obtenção no Brasil).

Os casos de hiperparatireoidismo são tratados de acordo com a causa e a gravidade do caso.
O tratamento é eminentemente cirúrgico, mas deve ser individualizado, na medida em que cada paciente apresenta necessidades específicas. O tratamento das doenças de base e da causa do hiperparatireoidismo (no caso dos secundários) é essencial para tentar reverter o mecanismo de evolução do hiperparatireoidismo.

Quando o paratormônio alto é secundário, a terapia envolve reverter aquilo que está levando ao mau funcionamento da paratireoide, podendo ser, por exemplo, a suspensão de medicamentos, o controle da insuficiência renal, a reposição da vitamina D ou uso de substâncias que controlam a evolução do problema.

No entanto, em casos em que já se estabeleceu a alteração da produção do PTH e, principalmente, quando já há lesões de outros órgãos causados por este desbalanço, tanto para o hiperparatireoidismo primário quanto para o secundário, o tratamento cirúrgico é o mais indicado e eficaz para a resolução do problema.

Assim como acontece com a tireoide, as glândulas paratireoides precisam estar funcionando perfeitamente para que o organismo não sofra prejuízos. Por isso, é importante consultar regularmente um Cirurgião de Cabeça e Pescoço para acompanhar a saúde e conferir os níveis de hormônio produzidos por essas glândulas.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

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Dr. Arthur Vicentini da Costa Luiz

CRM-SP 154.086
Médico graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia de Cabeça e Pescoço.

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